VIVENDO EM ÉPOCA DE MUDANÇAS

 Você conhece aquela história do homem que foi convidado para assistir a uma sinfonia? Em época de mudanças, pode ser interessante refletir sobre uma parábola que nos alerta sobre os riscos de uma visão monomaníaca, característica dos profundos especialistas.

Vamos a parábola.

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O Presidente de uma grande empresa recebeu algumas entradas para um concerto em que seria apresentado a sinfonia Inacabada de Schubert. Como ele já tinha compromisso para aquela noite, deu as entradas para um de seus assessores, um especialista em produtividade. Na manhã após o concerto, o presidente encontrou o seguinte memorando sobre a sua mesa. Dizia:

” Prezado Sr.” Muito obrigado pelas entradas. No geral tivemos uma noite muito agradável. Mas, sobre esta sinfonia existem algumas coisas que poderiam ser melhoradas:

1 – Por um longo período de tempo os quatro tocadores de oboé não tinham nada o que fazer. O número deles deve ser imediatamente reduzido e o seu trabalho distribuído entre o resto da orquestra, eliminando, deste modo, picos de atividade e excesso de pessoal.

2  – Todos os doze violinos tocavam notas idênticas. Isto me parece uma duplicação desnecessária e deve haver um corte drástico no número de elementos neste setor. Se um volume alto de som é realmente necessário, isto poderia ser obtido através de um amplificador elétrico.

3 – Muito esforço e atenção era necessário na execução das demi-semi-colcheias. Isto me parece um refinamento excessivo, se analisado do ponto de vista custo/benefício. Recomendo que todas as notas sejam arredondadas para a mais próxima semi-colcheia.

4 – Se isto for feito, sugiro que o departamento de Seleção contrate estagiários ou operadores de nível mais baixo, que certamente terão salários inferiores aos atuais músicos.

5 – Não vejo nenhum propósito útil em repetir com instrumentos de sopro as passagens que já tenham sido tocadas pelas cordas. Trata – se claramente de uma duplicidade de funções. Se todas estas passagens redundantes forem eliminadas o concerto poderia ser encurtado em, pelo menos, vinte minutos.

Na condição de especialista que sou, lembraria que o momento atual das empresas requer uma concentração de esforços em atividades de racionalização, eficiência, competitividade, principalmente se considerada a globalização da economia.

6 – Voltando ainda ao concerto, se Schubert tivesse prestado atenção a estas questões, por mim levantadas, ele, indiscutivelmente teria sido capaz de terminar esta sinfonia.

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       Quais as atitudes que temos tomado diante deste processo contínuo de mudanças? O fato é que no dia-a-dia das organizações e mesmo de nossos lares, é comum vermos diversas pessoas que agem como o personagem da parábola. Parecem estar vivendo sob uma redoma intransponível que turva a mente e faz com que só enxerguem aquilo que é mais confortável e conhecido. A sensação é de que não estão vivendo este momento de transformação, de mudanças. Este processo é irreversível e exige novas posturas, criatividade para lidar com imprevistos, outras formas de relacionar-se, de postar-se diante das novas situações que a cada momento transformam-se, apresentando-nos novos desafios e ameaças. Resta saber como iremos interpretar.

Para os chineses o ideograma que simboliza a ameaça é o mesmo para oportunidades, portanto, para os otimistas este momento é rico para que negócios aconteçam, idéias floresçam, parcerias sejam criadas, inovações implementadas. Mas para aqueles que temem a mudança, este momento é uma grande ameaça a sua “estabilidade”, gerando medo, frustração, paralisia ou atitudes como a do especialista em produtividade, descrita no texto. Lewis Platt, presidente e CEO da Hewllet Packard, afirma: “Acredito que hoje a causa principal do fracasso seja a incapacidade de assimilar mudanças.”

O que vivemos hoje é fruto desta constante motivação que o homem sempre teve para as mudanças.

É estar preparado para elas é ver o mundo sem filtros.

É observar, livre de preconceitos, tudo que nos cerca.

É conhecer e respeitar as culturas e anseios dos outros.

É educar e estar aberto para aprender.

          E para não perder o costume dessa infinidade de teorias e modismos que nos cerca, que tal se adotássemos estas “novas” práticas: melhoria contínua do homem; reengenharia dos valores pessoais; benchmark de pessoas; downsizing de preconceitos e velhas teorias; marketing das qualidades humanas; qualidade total do ser humano; produtividade de emoções verdadeiras…

Sucesso e viva as mudanças!!!

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